Rafaela Silva, do Flamengo e do Time Judô Rio, é convocada para os Jogos Olímpicos Paris 2024
Gabriel Falcão (81kg/Instituto Reação) também foi chamado para equipe que dará suporte aos convocados e ganhará experiência olímpica; Luana Carvalho (70kg/Umbra-Vasco) segue na disputa
Rafaela Silva, do Flamengo e do Time Judô Rio, estará nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Em mais uma volta por cima na carreira, a campeã olímpica e bicampeã mundial foi convocada pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ), nesta quinta-feira, 04, em evento no Centro de Treinamento do Time Brasil, no Rio de Janeiro. Ela é um dos judocas convocados na primeira lista.
“É incrível receber essa confirmação da convocação. Ter essa tranquilidade, alguns meses para me preparar para os Jogos Paris 2024, vou dar meu máximo e um pouco mais dentro do tatame até os Jogos. Buscarei até o último segundo essa medalha para o Brasil. Obrigado a todos pela torcida e a Deus por não ter permitido que eu desistisse lá atrás e estar vivendo esse momento aqui na frente”, disse Rafaela Silva.
A primeira lista, com 10 judocas, confirmou alguns nomes que já estão confortáveis na classificação direta a Paris, como os pesos 66kg, 73kg, 81kg, 90kg, +100kg, 78kg e +78kg, além de concluir a disputa interna pela vaga em três categorias: 52kg, 57kg e 100kg.
“Nossa modalidade tem uma tradição de buscar medalhas há dez ciclos olímpicos e para Paris 2024 a meta não é diferente. Temos conhecimento da nossa responsabilidade em relação ao que o judô escreve na história do esporte nacional”, disse Silvio Acácio Borges, presidente da CBJ.
Em seguida, o gerente das Equipes de Transição da CBJ, o ex-atleta olímpico Victor Penalber, apresentou os nomes de seis jovens atletas das categorias de base que viajarão a Paris para dar suporte ao treinamento da seleção olímpica. Entre eles está Gabriel Falcão (81kg), do Instituto Reação e do Time Judô Rio, campeão dos Jogos Pan-americanos Santiago 2023.
“Essa convocação foi simplesmente sensacional. Tenho uma meta, uma missão de trazer uma medalha olímpica para o Brasil e isso não acontece de uma hora para outra. Existe uma caminhada de experiências até lá. Ainda tenho 20 anos, acredito que fiz um bom caminho até aqui e tenho a impressão que é só o início, tem muita coisa boa pra frente, percebo evolução a cada evento”, contou Falcão.
“Estar presente nos bastidores dos Jogos Olímpicos de Paris é pra mim uma grande oportunidade de visualizar todos os detalhes que fazem a diferença em um grande resultado. Dessa vez, vou para apoiar e ajudar meus companheiros no cumprimento da missão, mas confesso que estou de olho na próxima”, completou.
Além dele, foram convocados Clarice Ribeiro (48kg), Kaillany Cardoso (70kg), Kátia Alves (+78kg), Ronald Lima (66kg) e Kayo Santos (100kg). “É um prazer estar aqui, junto a esse time que está sempre pensando o melhor para o judô brasileiro. Nós sabemos as missões que temos todos os dias para evoluir sempre e alcançar nosso maior objetivo. Eu, como Gerente das Equipes de Transição, já penso em 2028. Temos muito carinho pelo projeto de atletas de apoio, porque faz muita diferença na trajetória dos jovens atletas”, declarou Penalber.
Já a equipe olímpica foi anunciada pela comissão técnica da seleção principal formada pelo gerente de Alto Rendimento, Marcelo Theotonio, ao lado dos treinadores Andrea Berti (feminino), Sarah Menezes (feminino) e Antônio Carlos “Kiko” Pereira (masculino). Ainda existem categorias em que a classificação do Brasil na está definida. E o Time Judô Rio ainda tem mais chance de classificação com Luana Carvalho (70kg), da Umbra-Vasco.
“Nós temos hoje, no feminino, três categorias que ainda não estão classificadas. Nosso planejamento é classificá-las nestes próximos quatro eventos e, dependendo dos resultados, direcioná-las a determinadas competições”, projetou Andrea Berti, técnica da Seleção Feminina.
As demais categorias (48kg, 63kg, 70kg e 60kg), cujos atletas brasileiros ainda estão fora da zona de ranqueamento ou com disputas internas, serão anunciadas em outro momento. O ranking olímpico se encerra no dia 25 junho, data limite para a classificação final aos Jogos de Paris.
“Daqui para frente, acredito que a equipe vai conseguir preencher as categorias que faltam. Temos expectativas positivas, já que ainda temos mais quatro oportunidades. Eu acho que os resultados do ciclo fazem todas crescerem juntas. O judô é um esporte individual, mas também é muito coletivo. Ao ver uma colega de equipe conquistando seu espaço, você também acredita que pode chegar lá”, expôs Sarah Menezes, técnica da Seleção Feminina.
Os convocados
A lista anunciada conta com quatro judocas que lutarão os Jogos Olímpicos pela primeira vez. São eles: Willian Lima (66kg), de 24 anos, Guilherme Schimidt (81kg), de 23 anos, Leonardo Gonçalves (100kg), de 28 anos, e Beatriz Souza (+78kg), de 25 anos.
Por outro lado, Larissa Pimenta (52kg) e Rafael Macedo (90kg), que participaram dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, terão uma segunda chance para conquistar a sonhada medalha olímpica.
Feito já realizado por quatro, dos dez convocados nesta quinta. Bronze em Tóquio no 66kg, Daniel Cargnin retorna aos Jogos com o desafio de conquistar sua segunda medalha olímpica, mas em outra categoria, já que passou a competir no 73kg desde 2021. Campeã olímpica no Rio 2016, Rafaela Silva vai em busca de seu segundo pódio em sua terceira participação olímpica (Londres 2012, Rio 2016 e Paris 2024).
Um dos mais experientes da equipe, o pesado Rafael Silva “Baby”, dono de dois bronzes olímpicos (Londres 2012 e Rio 2016), vai para sua quarta e “última dança” olímpica sonhando em ampliar o já laureado currículo e encerrar a carreira entre os melhores do mundo.
“A sensação de ter a chance de representar meu país mais uma vez é de felicidade. A medalha do mundial ano passado me deu força para continuar acreditando. Estou me preparando da melhor maneira possível. Sei que é mais difícil por conta da minha idade, mas ao mesmo tempo estou motivado e conseguindo brigar de igual para igual com o pessoal da minha categoria”, avaliou Baby.
E, por fim, a maior medalhista olímpica do judô brasileiro, Mayra Aguiar (78kg), chega à sua quinta participação olímpica (Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016, Tóquio 2020 e Paris 2024) buscando quebrar novos recordes com uma quarta medalha olímpica.
O judô é o esporte que mais trouxe medalhas olímpicas para o Brasil na história dos Jogos. São 24 pódios – 4 ouros, 3 pratas e 17 bronzes. Há dez Jogos Olímpicos consecutivos a modalidade sobe ao pódio – de Los Angeles 1984 a Tóquio 2020. A primeira foi o bronze de Chiaki Ishii, em Munique 1972.
“Mesmo sendo um momento desafiador, nós tivemos um resultado satisfatório nesta trajetória. A meritocracia é o nosso norte e tentamos ao máximo gerar oportunidades para os atletas conquistarem suas vagas. Hoje, temos uma filosofia de trabalho em investir no melhor do momento e fomentar o melhor do futuro”, disse o gerente de Alto Rendimento, Marcelo Theotonio.
Lista dos convocados
Masculino
Willian Lima (66kg/Esporte Clube Pinheiros/FPJ)
Daniel Cargnin (73kg/Sogipa/FGJ)
Guilherme Schimidt (81kg/Minas Tênis Clube/FMJ)
Rafael Macedo (90kg/Sogipa/FGJ)
Leonardo Gonçalves (100kg/Sogipa/FGJ)
Rafael Silva “Baby” (+100kg/Esporte Clube Pinheiros/FPJ)
Feminino
Larissa Pimenta (52kg/Esporte Clube Pinheiros/FPJ)
Rafaela Silva (57kg/C.R. Flamengo/FJERJ)
Mayra Aguiar (78kg/Sogipa/FGJ)
Beatriz Souza (+78kg/Esporte Clube Pinheiros/FPJ)