FJERJ participa de inauguração de novo dojô na Escola de Educação Física do Exército, que leva nome de lenda do Judô Rio

Sensei Leopoldo Levindo de Lucca, parte importante da história do Judô Rio, recebeu a homenagem e dá nome ao dojô inaugurado nesta quinta-feira (26), no bairro da Urca

 

A manhã desta quinta-feira (26) contou com uma novidade no judô do Rio de Janeiro: foi inaugurado o dojô da escola de Educação Física do Exército, no bairro da Urca. O evento contou com presenças ilustres e recebeu o nome de Leopoldo Levindo de Lucca, sensei histórico do esporte fluminense.

O Sensei De Lucca, falecido em 2004, é relembrado com extremo carinho pela comunidade do judô do Rio de Janeiro. Conhecido pela maneira particular com que criava soluções técnicas para superar grandes adversários, especializou-se em beber na fonte de outras artes marciais para expandir os caminhos do esporte e resolver problemas. O presidente da FJERJ, Jucinei Costa, esteve presente e falou sobre.

“Sensei De Lucca foi uma referência para vários atletas e treinadores da minha época e era conhecido como um estrategista que dizia que o judô era como um jogo de xadrez”, disse.

“Ele orientava um atleta e fazia com que em pouco tempo conseguisse vencer seu rival, mas como não tinha uma bandeira definida, acabava sendo procurado pelo vencido para obter informação e conseguia muitas fazer com que o resultado fosse revertido novamente. A bandeira dele era o judô”, afirmou.

Além de Jucinei, outras figuras importantes do judô fluminense estiveram no evento. Alfredo Dornelles e Geraldo Bernardes, por exemplo, bem como o ex-presidente do Judô Rio e atual gestor de Alto Rendimento da CBJ, Ney Wilson, que também lembrou o mestre homenageado com muito carinho.

“Para mim, ele foi a maior referência na minha formação como professor de judô. Contribuiu muito na minha formação e depois passou a trabalhar comigo, com os meus atletas, os meus alunos. Trabalhando com ele, eu tive a oportunidade de acrescentar ainda mais conhecimento. Principalmente no alto rendimento, eu diria que ela era uma enciclopédia de judô, um estudioso”, contou.

“Era aquele que buscava , que tinha uma visão diferenciada das lutas, trazia soluções. Foi um momento muito rico, na minha formação, esse contato com ele, desde a minha adolescência, até depois de me formar e dar continuidade, quando o convidei para trabalhar comigo. Ele foi uma pessoa muito especial na minha vida”, finalizou.

Professor Dornelles saiu de Belo Horizonte, onde cumpre as funções de treinador das equipes de base do Minas Tênis Clube, para presenciar a homenagem a alguém que marcou sua vida.

“Estamos falando de uma pessoa ímpar, um professor inusitado. O professor De Lucca foi uma pessoa que não se contentava com o normal, a rotina. Costumo dizer que todos os profissionais do judô replicamos os ensinamentos de Jigoro Kano, mas o professor De Lucca, com seus estudos, conseguiu reinventar o judô, renascer o judô, criar o próprio judô. O judô pelo ponto de vista do professor de Lucca. Foi uma pessoal de total criação, além de muita querida por todos. Um homem sem bandeira, sem cores, sem distintivos, sem partes, sem títulos, um técnico de todos e amado por todos. Um professor sem título, um cientista sem tese, uma pessoa extraordinária. Graças a Deus passou na minha vida e deixou muitos ensinamentos”, explicou.

“Foi uma honra estar lá e presenciar essa homenagem por parte do exército. Não medi esforços para sair de Minas Gerais e chegar – quase não cheguei a tempo, mas consegui presenciar. Parabéns à Federação, ao exército e a todos que fizeram parte dessa linda homenagem a um grande professor de judô”, encerrou.

Com o novo dojô, o Time Judô Rio mostra o trabalho integrado ao lado também das Forças Armadas do Brasil.

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