Wilians, Brenda e Sergio levam o Judô Rio aos Jogos Paralímpicos 2024
Atletas do Instituto Benjamin Constant vão à luta em Paris a partir desta sexta-feira, 6 de setembro
* por Diano Massarani
O Judô Rio chega às Paralimpíadas Paris 2024 como protagonista. Isso é o que confirma o ranking classificatório para os Jogos, que aponta Wilians Araújo como líder mundial na classe J1/+90kg, Brenda Freitas como 2ª colocada na classe J1/70kg e Sergio Junior em 7º lugar na classe J2/+90g. E a busca por medalhas em Paris começa nesta sexta-feira, 6 de setembro.
Brenda Freitas será a primeira representante do Judô Rio a subir aos tatames, estreando nesta sexta contra Merve Uslu Hajabipour (Turquia). Nas etapas de 2024 do Grand Prix da IBSA, Brenda subiu ao pódio em 3 oportunidades, sendo duas vezes medalhista de prata e uma de bronze. O retrospecto de Wilians Araújo é ainda mais empolgante, com dois ouros e uma prata em 3 etapas do Grand Prix. Wilians compete no sábado, 7 de setembro, e terá Yerlan Utepov (Cazaquistão) como primeiro adversário. Também no sábado, Sergio Junior começa sua jornada contra Zhurkamyrza Shukurbekov (Cazaquistão).
Os Jogos Paralímpicos 2024 recebem 146 atletas de 43 nações, sendo a delegação brasileira a maior em Paris, com 15 judocas. As disputas pelo Judô ocorrem de 5 a 7 de setembro.
Mudança de regras com relação aos Jogos Tóquio 2020
O ano de 2022 marcou uma significativa mudança para o Judô paralímpico a respeito das regras de ordem das classes oftalmológicas e das categorias de peso. Primeiro, com relação à classificação oftalmológica, o Judô Paralímpico passou a ser dividido em duas classes (J1 e J2), e não mais em três (B1, B2 e B3), sendo que, agora, os confrontos ocorrem apenas dentro de cada classe. A classe J1 contém os atletas que eram da antiga B1 (totalmente cegos), enquanto a classe J2 engloba os atletas que competiam como B2 (capazes de perceber vultos) e B3 (capazes de definir imagens). Já a respeito das categorias de peso, as 13 categorias antigas – 7 para homens e 6 para mulheres – deram lugar para 8 novas categorias, com 4 masculinas (até 60 kg, até 73 kg, até 90 kg e acima de 90 kg) e 4 femininas (até 48 kg, até 57 kg, até 70 kg e acima de 70 kg).
No clima dos Jogos Paralímpicos, Hunter Filmes libera acesso a documentário sobre o multicampeão Antônio Tenório
Durante o mês de setembro, a Hunter Filmes disponibilizará de forma gratuita o acesso ao documentário “Tenório e os Sonhos de Judô”, protagonizado por Antônio Tenório, dono de 6 medalhas paralímpicas, e com a participação de atletas da seleção brasileira. O filme completo pode ser acessado através do link https://linktr.ee/hunterfilmes, com versão com acessibilidade também disponível. O produtor Eduardo Hunter comentou sobre a criação do documentário e a sua vivência com o Judô paralímpico:
“Conheci Antônio Tenório em 2008 para filmar o primeiro documentário sobre ele, “B1 – Tenório em Pequim”, atualmente disponível no Globoplay. Naquele momento, o Tenório já era tricampeão paralímpico e caminhava para o seu quarto ouro em Pequim, sendo então treinado pelo Jucinei Costa. O filme revela os bastidores do quarto ouro e tem algumas cenas memoráveis entre Tenório e Jucinei. O projeto trouxe uma amizade entre nós e, 10 anos depois, em 2018, decidi acompanhar Tenório e a Seleção Paralímpica Brasileira ao Japão, para mais um documentário. Graças a minha experiência com o esporte paralímpico pude negociar na Federação Japonesa de Judô acesso raro aos treinos da secreta Seleção Japonesa Paralímpica. A partir daí, pudemos testemunhar esse encontro emocionante, divertido e desafiador entre Seleções”.
Sinopse do documentário “Tenório e os Sonhos de Judô”: Antônio Tenório, seis vezes medalhista, cego, e a Seleção Paralímpica Brasileira são convidados para um raro treino no Japão. Como deficientes visuais em um país desconhecido, seus desafios são muitos. Nessa viagem acompanhamos como, na relação com os anfitriões, surgem estranhamentos, dificuldades de convívio, e até duelos; ao mesmo tempo que descobertas e alegrias os unem. Liderados pelo carisma e a sensibilidade do ainda campeão Tenório, a nova geração do Judô se revela e se inspira.