Nova geração do Judô Rio brilha com 3 ouros e 1 prata na Gymnasiade

Ian Cruz, Manuela Maia e Laryssa Fonseca chegaram ao topo do pódio do principal evento esportivo escolar do mundo, enquanto João Brandão ficou em segundo lugar
* por Diano Massarani

De 19 a 27 de agosto, o Rio de Janeiro sediou a Gymnasiade, principal multievento esportivo escolar do mundo para jovens de 13 a 15 anos. Ao todo, foram mais de mil estudantes de 46 países diferentes e distribuídos por 18 modalidades. A delegação brasileira terminou no topo do quadro de medalhas com 88 de ouro, 91 de prata e 103 de bronze, das quais 11 de ouro e 4 de prata vieram do Judô.

O sucesso brasileiro sobre os tatames teve a contribuição especial dos quatro integrantes do Judô Rio, que conquistaram três ouros, com Ian Cruz (42Kg / Sistema Elite de Ensino Irajá / Botafogo Judô), Manuela Maia (52Kg / Colégio Pinheiro Guimarães / Clube de Regatas do Flamengo) e Laryssa Fonseca (57Kg / E.M. Jornalista Carlos Castelo Branco / Instituto Santa Cruz de Esportes), e uma prata, com João Brandão (55Kg / Colégio Santa Mônica / Botafogo Judô). Além da participação dos treinadores Mariane Batista, do Judô Clube Paulino Ribeiro Santos, e André Amorelli, da Umbra – Club de Regatas Vasco da Gama. Ao falar sobre sua vitória, o peso Superligeiro Ian Cruz não escondeu a empolgação:

“A hora que eu terminei a imobilização e consegui conquistar a medalha de ouro foi momento mais marcante para mim de toda a Gymnasiade. Com certeza esta já é minha medalha favorita, pois estamos falando de um Mundial Escolar, que é um campeonato de uma grandeza absurda”.

Para que o seu futuro no Judô seja repleto de mais momentos marcantes e novas medalhas favoritas, Ian Cruz conta com o apoio do pai, o sensei Arcelio Cruz. No entanto, quando o pequenino Ian dava os primeiros golpes e sofria as primeiras quedas, Arcelio ainda não era um sensei. Na verdade, Arcelio se encontrava afastado do Judô, e foi justamente a perspectiva de viver mais perto do filho que o fez retornar ao esporte:

“Eu fui atleta da Gama Filho até 1998, mas parei o Judô por causa da faculdade. O Ian nasceu em 2009 e com 3 anos de idade entrou no Judô na escola. Um dia, ocorreu um Festival de Chupeta e fui assistir. Quando vi o Ian lutar pela primeira vez percebi que ele levava jeito para o Judô. Foi então que a minha esposa o colocou em uma academia que era chancelada pela Federação, a GFTeam, com o sensei Firmino. Neste momento, percebi que se voltasse para o Judô eu poderia acompanhar todos os passos do meu filho e estar sempre próximo dele”.

A estrada que Ian e Arcelio caminham juntos é uma estrada de mão dupla, onde o pai incentiva o filho à medida que o filho incentiva o pai. Por um lado, a presença constante de Arcelio é fundamental para que Ian seja hoje não apenas um campeão da Gymnasiade, mas uma grande promessa do Judô Rio com 3 medalhas de ouro vencidas em 4 etapas do Circuito Estadual de 2023. Por outro lado, o crescimento de Ian motivou Arcelio a voltar ao Judô, a se tornar um faixa preta e a integrar o Departamento Técnico da FJERJ, do qual faz parte desde 2019. Motivado no passado por Ian a ir buscar a faixa preta que ainda não tinha, agora Arcelio deixa ao filho os conselhos para chegar à sua tão sonhada faixa preta:

“O Ian sempre foi um atleta muito responsável e determinado. Ele sabe que o título da Gymnasiade é de suma importância para um atleta que almeja um dia ser um atleta profissional. Porém, a faixa preta dele só virá com muita dedicação, humildade e respeito ao próximo. Passando por todas as etapas necessárias, com certeza ele vai se tornar um verdadeiro faixa preta”.

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