Gabriela Conceição é a mais nova integrante da Comissão Estadual de Graus da FJERJ

Ela será a quarta mulher presente no quadro da Comissão, número que reflete o crescimento da representatividade feminina no Time Judô Rio

* por Diano Massarani

Uma das formas mais evidentes de se perceber o aumento da participação das mulheres no judô ao longo dos últimos anos está no elevado número de inscritas a cada competição organizada pela Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro. Entretanto, esse processo de crescimento da representatividade feminina vai muito além dos tatames e tem alcançado as mais diferentes áreas que compõem o judô. O exemplo mais recente neste sentido é a chegada de mais uma mulher à Comissão Estadual de Graus da FJERJ: nesta semana, a sensei Gabriela Conceição se tornou a nova integrante da Comissão, juntando-se às senseis Anne Campos, Silvana Nagai e Ana Cristina Moraes, esta última a coordenadora de Katas da Federação.

Se algumas trajetórias são simbólicas pelo potencial para incentivar as novas gerações, a de Gabriela Conceição no judô oferece um incentivo triplo. Como judoca, Gabriela buscou o seu espaço e sempre esteve pronta para representar o Brasil em competições internacionais universitárias, mesmo que, naquela época, no final da década de 1990, muitos destes eventos ainda proibissem a participação de mulheres. Como pesquisadora acadêmica, Gabriela desenvolveu trabalhos em diferentes níveis (Graduação em Educação Física, Mestrado e Doutorado) tomando a participação das mulheres no judô como objeto de estudo, tendo, inclusive, sido coautora do livro intitulado “Mulheres do Tatame: o Judô Feminino no Brasil”. Agora, ao ser aceita para integrar a Comissão Estadual de Graus, Gabriela reforça que as mulheres têm muito a oferecer ao judô em todos os níveis, seja lutando sobre os tatames, estudando os aspectos sociais deste esporte ou julgando movimentos técnicos fundamentais, como os típicos dos Katas.

“Chegar à Comissão de Graus é um reconhecimento, um prêmio e uma oportunidade. Reconhecimento da trajetória, da busca e produção de conhecimento, assim como é um prêmio, pois estar entre os melhores senseis no nosso estado é um presente. E considero uma oportunidade porque acredito que o aumento do numero de mulheres na Comissão é uma forma de representatividade para as outras mulheres judocas que pretendem chegar a estes e outros espaços”, contou a orgulhosa Gabriela, para, em seguida, olhar para o futuro:

“Tanto a minha trajetória quanto a das mulheres que hoje ocupam cargos de gestão, são técnicas, árbitras, atletas de alto rendimento, veteranas, kodanshas, mostram essa representatividade para as meninas que estão entrando no judô e terão diferentes mulheres para se espelhar. Se hoje observamos um crescimento no numero de mulheres, certamente é um processo fruto desta representatividade. Mas é necessário reconhecer que elas precisam se qualificar e estar prontas para assumir estes espaços”.

No que depender da FJERJ, todos os esforços seguirão sendo realizados para que as mulheres estejam prontas, qualificadas e tenham cada vez mais espaço para contribuir com o crescimento do Time Judô Rio.

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