FJERJ realiza Cerimônia de Outorga de Faixas Pretas 2021
Evento foi realizado na Arena da Juventude, no Parque Olímpico de Deodoro, neste domingo, 05/11. Foram promovidos mais de 250 judocas, num dia de festa para o Time Judô Rio
*Por Idries Stein, com supervisão de Valter França
Neste domingo, 5 de dezembro, o Time Judô Rio realizou na Arena da Juventude, no Parque Olímpico de Deodoro, Cerimônia de Outorga de Faixas Pretas do ano de 2021. Todos que fizeram o processo para ser promovido à faixa preta puderam participar, assim como aqueles Yudanshas que foram promovidos para um novo Dan. O evento foi dividido em três horários, às 9:00, 11:00 e 13:00 horas, cada um com um grupo de graduandos, variando entre 1º e 5º Dan, recebendo sua graduação para evitar aglomerações e preservar a saúde de todos os filiados à FJERJ.
Ao todo, 251 judocas participaram da cerimônia, que contou com a diretoria da FJERJ com o presidente Jucinei Costa, o Vice-Presidente Jeferson Vieira e o diretor-técnico Leonardo Lara também estiveram presentes.
Vale lembrar que, pelos últimos dois anos, a FJERJ se reestruturou por completo para manter o processo de exame de faixas. Foi feita uma parceria com Altair Araújo, da escola nacional de judô, que produz material didático e tecnológico para esportes de combate. Foram mais de 6 horas de conteúdo, transformados em mais de 50 vídeos explicativos sobre golpes, posicionamentos e outras dúvidas. Dessa forma, segundo o próprio Altair, foi possível realizar o que nenhuma outra Federação fez. Ao todo, 33 provas teóricas e práticas foram postas para os alunos.
“A FJERJ uniu passado, presente e futuro. Uniu judocas desde os 16 anos até o com mais de 60. Dar os parabéns também aos três gestores da FJERJ. Lara, Jeferson e Jucinei viram o que ninguém viu, fizeram o que ninguém fez e deram aos meninos o que ninguém daria se não fossem os três juntos pensando em como resolver os problemas do judô do Estado do Rio de Janeiro. Os meninos estão de parabéns, pois não foi fácil. E por ter sido o mais completo já feito, joga os meninos na lua. Parabéns a todos”, disse Altair Araújo, Kodansha 7⁰ Dan.
“Foi um grande desafio estarmos aqui hoje, com tudo que enfrentamos para chegarmos até aqui. Vimos o esforço de cada professor e familiar. Passamos por grandes dificuldades no ano passado por causa da pandemia, tivemos que nos reinventar. Reativamos o processo de competição nesse ano, com grande sucesso. Muito nos orgulha estar trabalhando para elevar o nome do judô do Estado do Rio de Janeiro”, disse Jucinei, Kodansha 6⁰ Dan e presidente da FJERJ.
As Cerimônias
A cerimônia teve início às 9 horas da manhã com o primeiro grupo de graduandos. A mesa de professores e oficiais de honra foi apresentada, seguido da execução do hino nacional brasileiro e alguns discursos do Presidente e Vice-Presidente da FJERJ.
Ao todo, 85 judocas participaram neste horário, entre as diferentes graduações. Desse número, 67 pessoas puderam receber seu primeiro Dan, mudando da faixa marrom para a preta, enquanto outros 15 receberam o 2º Dan, Nidan. O ponto alto desta cerimônia foi a graduação de Fabiola Sampaio Vieira e William Lunan de Andrade Ferreira, que receberam o sandan, 3º Dan, e, principalmente, Charles Vitor Rosa, único judoca a receber o 4º Dan.
William Lunan Ferreira é do GFTEAM, recebeu seu 3⁰ Dan e contou um pouco do processo. “Foi um ano muito difícil por ter sido atípico mais uma vez. Mas com muito empenho, nós treinávamos praticamente todo final de semana visando a graduação. Continuar estudando cada vez mais para conseguir graduar novamente. Hoje tive meu aluno, Jônatan Leite, já foi campeão brasileiro regional, graduando faixa preta. Então, é adquirir mais conhecimento para estar passando para a galera.”
Fabíola Sampaio Vieira, 33 anos, é do Instituto reação, graduou o 3⁰ Dan e fez sua reflexão sobre o ano. “Foi muito árduo porque foi tudo online. Acabava que alguns atletas se mostravam desmotivados, mas a gente gravava, regravação e no final deu tudo certo. Tive 13 alunos graduando e agora é continuar. Todo ano tem um grupo bem grande fazendo exame e quanto mais faixa preta, melhor!”.
Thayane Vasconcellos Barreto, 32 anos, veio com um grupo de seis pessoas do Judô Jomar Carneiro para receber seu primeiro Dan. “Foi difícil, tivemos que tirar finais de semana todos os meses para gravar. Mas pudemos conhecer melhor as pessoas, passaram de colegas para amigos. Agora espero tirar um tempo de férias, mas tentar voltar ano que vem para as competições, que tive que parar por conta da maternidade e estudos.”
Na sequência, o segundo grupo de graduandos foi chegando na Arena da Juventude. A cerimônia foi mais uma vez posta em execução, completada com as tão esperadas gratificações aos judocas a partir das 11h.
No total, desta vez 82 pessoas estiveram presentes para receber sua outorga de faixa. Como na primeira solenidade, a maior parte, 54 ao todo, foi composta por graduandos de 1º Dan que receberam sua primeira faixa preta. O 2º Dan foi dado a outros 11, enquanto 8 tiveram seu 3º Dan, somado a 4 judocas com o 4º Dan.
O destaque desta vez ficou por conta de cinco judocas que puderam receber o 5º Dan, gratificação mais alta do evento. Foram elas: David Louzada do Nascimento, Felipe Rosa Guimarães, Lucio Ayres Caldas, Paulino Ribeiro Dos Santos e Ricardo Da Silva Dos Santos.
Sérgio Alexandre Duarte, 51 anos, que é judoca de Queimados, único da sua agremiação graduando, relatou suas dificuldades até chegar ao seu primeiro Dan da faixa preta. “A gente imaginou que seria tranquilo, mas não foi. Enviar vídeo para Federação foi complicado para mim, porém foi gratificante, ainda mais para mim que deveria ter pego essa faixa vinte anos atrás. A idade já não vai ajudando tanto, mas é a força de vontade acima de tudo, sempre. Agora é continuar treinando, passar os ensinamentos sempre, agora podendo ser professor”.
Valmir Fernandes da Silva Júnior, 26 anos, que é professor do Sion e árbitro de judô, falou como foi a experiência online. “Foi bem bacana, por mais que a gente tenha feito de forma diferente em 2015 quando me tornei faixa preta. Esse sistema online pela plataforma foi bem interessante, deu para absorver bastante conteúdo, tirar bastante dúvida diretamente com os professores. A gente ficou meio perdido no início, mas conseguimos entrar na engrenagem e fluiu perfeitamente. Muito gratificante esse resultado.”
A última etapa de um domingo de muita alegria para o Time Judô Rio começou às 13 horas. Os 84 judocas graduandos tiveram a oportunidade de ocupar seus assentos na Arena da Juventude, de ouvir os discursos de alguns dos presentes à mesa de honra e de receber a tão sonhada graduação.
O primeiro e mais altamente graduado do grupo foi Alexander Prado Tavares, solitário judoca a receber o godan. Crescendo na faixa preta, 8 pessoas receberam o yondan, mais 4 com o 3º Dan e também 9 que se graduaram no 2º Dan. Finalmente, a maioria também foi formada por judocas trocando a faixa marrom pela preta. 62 pessoas ao todo que se graduaram com o primeiro Dan.
Muito emocionada com todo o caminho percorrido, Tayane Correa do Nascimento, da Associação Judô Zoshikan Helio de Oliveira, recebeu sua faixa preta de primeiro Dan e dedicou a sua família e amigos. “Foram 16 anos fazendo judô. Para mim, é uma conquista muito grande. Perdi em um ano minha mãe, no outro, minha avó e, se não fosse meus amigos, que se juntaram para pagar minha graduação, eu não conseguiria estar aqui. Nunca pensei que ia conseguir chegar aqui. Para o futuro, pretendo ser árbitra e continuar dando aula, ainda mais agora sendo faixa preta. Os alunos vão se sentir ainda mais encorajados.”
Maximiliano Ribeiro, 56 anos, filiado pela Liga Fluminense de Judô, graduou o 4⁰ Dan e fez um balanço sobre esse processo online. “Foi difícil, não tinha tanto uma base de treinamento para poder se aperfeiçoar, tirar nossas dúvidas, mas consegui realizar os treinamentos e ser aprovado. O método online para mim tem duas vertentes. Tem um lado muito bom, por não ter que se deslocar muito como quando era presencial. Por outro lado, você ficava limitado. Eu como 4⁰ Dan tinha que fazer várias técnicas dentro do judô e ficava limitado por não ter ninguém da parte técnica. Tive que treinar meus alunos para que eles pudessem executar junto comigo. Mas no fim deu tudo certo e a intenção agora é esperar o tempo de carência e assim executar o 5⁰, 6⁰ Dan”.