Entrevista: Gabriel Cardozo, chefe da delegação campeã brasileira Sub-13 e Sub-15
Treinador falou com sobre a brilhante campanha da nova geração do Judô Rio no último fim de semana, em Curitiba
* por Diano Massarani
No último fim de semana, dias 31 de agosto e 1 de setembro, a nova geração do Judô Rio brilhou forte e conquistou os Campeonatos Brasileiros Sub-13 e Sub-15, no Ginásio do Tarumã, em Curitiba (PR). De todas as 6 classificações possíveis (geral, masculino e feminino de cada classe), o Time Judô Rio terminou na ponta em 5 e na 2ª colocação na outra. Na classe Sub-13, foi campeão geral (5 ouros, 4 pratas e 2 bronzes), masculino (2 ouros, 3 pratas e 1 bronze) e feminino (3 ouros, 1 prata e 1 bronze), enquanto na classe Sub-15 venceu o geral (5 ouros, 5 pratas e 5 bronzes) e o masculino (2 ouros, 2 pratas e 4 bronzes) e ficou em 2º lugar no feminino (3 ouros, 3 pratas e 1 bronze). Chefe da delegação do Judô Rio, Gabriel Cardozo falou sobre a inesquecível campanha.
Quais você considera os principais fatores para as conquistas dos títulos brasileiros Sub-13 e Sub-15?
Sem dúvidas a nossa nova geração está entre as melhores do Brasil, e grande parte deste sucesso vem das agremiações do Rio de Janeiro, que fazem um excelente trabalho diário com cada atleta, desde pequeno. Hoje, no Rio de Janeiro, temos professores muito qualificados no trabalho de iniciação e base. Exalto também o trabalho da Federação na organização constante e numerosa de campeonatos para as classes Sub-13 e Sub-15, inclusive o Circuito Hajime, em que até mesmo crianças de Sub-9 e Sub-11 são apresentadas aos poucos ao alto rendimento.
A Federação deu oportunidade para que os treinadores das agremiações que tiveram atletas convocados pudessem integrar a comissão técnica. Como essa iniciativa impactou no desempenho dos judocas?
Essa ação da federação foi de suma importância para obter os resultados positivos. O atleta se sente mais confiante quando aquele treinador que está com ele no dia a dia está presente no campeonato, ainda mais nessa idade. Isso sem contar o ganho técnico, já que o treinador conhece melhor aquele atleta. Vale destacar também que embora os técnicos sejam adversários nos campeonatos do Circuito Estadual, todos se unem de uma forma incrível em prol do Judô Rio nas competições nacionais. Essa união faz a gente ficar muito forte e com certeza é fundamental no resultado, como vimos isso claramente neste Brasileiro, onde todos os técnicos atuaram e contribuíram com todos os atletas.
Poderia falar um pouco sobre como foi o clima da competição para os atletas durante o fim de semana em Curitiba? Foi possível sentir com antecedência que grandes resultados seriam alcançados?
A nossa equipe Sub-13 e Sub-15 é muito unida fora dos tatames. São amigos pessoais, mesmo defendendo agremiações diferentes. Isso com certeza ajuda a formar um clima de união durante campeonato. Eles entenderam que estavam representando o Estado, usaram o uniforme tempo todo, exibindo um orgulho imenso em representar o Time Judô Rio. Nós, treinadores, já estávamos sentindo que teríamos grandes resultados antes mesmo dos primeiros combates.
Os judocas das classes Sub-13 e Sub-15 ainda estão em processo inicial de formação. Quais são os benefícios para os jovens judocas de ganhar medalhas relevantes ainda no início de suas trajetórias?
É de grande importância nessa idade desenvolver a parte técnica, se acostumar a lutar em grandes eventos. Ganhar uma medalha tão cedo mostra ao atleta que é possível ter sucesso quando ele se dedica nos treinos, dá confiança para continuar treinando e pensando em um dia chegar à seleção Sênior. Mas ressalto que não pode haver um deslumbramento excessivo com a medalha. Inclusive, sempre falo para os meninos e meninas o que chamo de “regra das 24 horas”, que significa: você tem 24 horas para comemorar ou lamentar um resultado. Depois, começa tudo de novo. Por fim, é importante que nós, treinadores, estejamos atentos para o fato de que essas crianças estão em formação. Claro que ganhar medalha é importante, mas não pode ser o único foco. Muito pelo contrário. Temos que trabalhar a criança como um todo e nunca esquecer do potencial educacional do Judô.
Você acredita que títulos como os dos Campeonatos Brasileiros Sub-13 e Sub-15 criam um futuro otimista para o alto rendimento do Judô Rio?
Sem dúvida nenhuma! Mostramos na prática que somos uma potência dentro do Brasil e que estamos no caminho certo para continuar formando campeões para o Judô Rio.