Rotina, disciplina e calma: Ney Wilson destaca os três pilares para atletas durante isolamento social

Ney Wilson, gestor de alto rendimento da CBJ, destacou as expectativas mais otimistas e pessimistas para o retorno das competições internacionais, mas aproveitou para destacar o trabalho que está sendo feito pela seleção brasileira mesmo que de maneira remota durante o período de isolamento

 

O gestor nacional de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô, Ney Wilson, participou de uma longa live nas redes sociais do Judô Rio há alguns dias e tratou, entre outras coisas, das alterações na corrida olímpica causada pela pandemia do novo coronavírus. Alguns dos pontos destacados durante a conversa foram o contato próximo com a Federação Internacional de Judô e os cuidados com os atletas que disputam vaga em Tóquio 2021 – inclusive destacando o que chamou de três pilares para os profissionais durante este período: rotina, disciplina e calma.

Com relação aos planos da FIJ, Wilson apontou para o fato da CBJ estar se preparando para as datas mais otimistas e pessimistas, uma vez que para retomar competições internacionais são necessárias decisões não apenas esportivas, mas também políticas. Um exemplo é abertura das fronteiras dos países, hoje fechadas por todo o planeta.

“Estamos mantendo contato próximo com a FIJ para entender todo o processo, mas nem eles ainda têm um posicionamento. Os eventos da federação internacional só podem acontecer quando as fronteiras estiverem abertas. Enquanto isso não acontecer, por questão de igualdade entre todos os países, tem de ser assim. Hoje, a FIJ fala, de modo otimista, de retorno em outubro; de modo um pouco menos otimista, eu diria em novembro ou dezembro. Agora, na pior das hipóteses volta somente em janeiro de 2021. Mas o melhor cenário, hoje, é outubro”, comentou.

“Além das fronteiras e das datas confirmadas, há ainda as negociações da federação com parceiras comerciais pelo mundo. Ainda precisamos resolver se vamos manter o número de eventos valendo para o ranking olímpico ou se vai haver mais competições. Dependendo dessas respostas vamos planejar as coisas de um jeito ou de outro”, explicou.

Sem controlar situações internacionais, a certeza que se tem no momento é que, assim que for seguro, o trabalho vai começar dentro do território nacional. Mas, em todo caso, o trabalho da seleção brasileira de judô está longe de ficar parado.

“O que podemos mais controle é o Brasil. Assim que as autoridades puderem dar segurança para a realização de atividades, dá para pensar em eventos internos, treinamentos e preparação. Neste período, estamos mantemos contato com os nossos atletas, as equipes e comissões técnicas para que saibamos bem o que estão fazendo. Todos os atletas que estão na corrida olímpica estão treinando. Alguns têm facilidade maior, como o David Moura (+100kg, Instituto Reação), que tem outras pessoas em casa que também treinam judô. Teve atleta alugando academia para treinar sozinho, a maioria está treinando em casa. Alguns clubes estão fazendo treinos em vídeo, com vários atletas ligados na mesma plataforma de vídeo e seguindo os direcionamentos do treinador”, contou.

“Nossa equipe multidisciplinar também está atuando. Os médicos estão conversando com aqueles que estão voltando de lesão, fisioterapeutas e nutricionistas, dentro da possibilidade, também estão agindo. O momento é muito difícil, mas o atleta precisa ter três pilares na cabeça: rotina, disciplina e calma. Desafio é manter foco e dedicação. Por isso a nossa psicóloga conversa até mesmo conosco para a equipe técnica saber como abordar cada atleta”, explicou.

“Estamos aproveitando para estudar os atletas de maneira mais aprofundada com o pessoal da análise de desempenho, sobretudo aqueles que estão mais próximos da vaga olímpica”, finalizou.

O que é seguro dizer é que o judô olímpico brasileiro segue em ótimas mãos.

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