Nota de Pesar – Falecimento Sensei Georges Mehdi
Pioneiro do Judô Rio faleceu aos 84 anos na Cidade Maravilhosa. Cerimônia de despedida será nesta quinta-feira, 08, no Memorial do Carmo (Capela 2), a partir das 9h da manhã
É com profundo pesar que a Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro informa o falecimento do sensei Georges Mehdi, pioneiro e uma das maiores referências do Judô Rio, aos 84 anos, na noite desta terça-feira, 06. O francês naturalizado brasileiro foi fundador da Mehdi Judô, onde dedicou 75 anos da sua vida a arte do Caminho Suave e, por toda sua contribuição ao esporte, obteve a honrosa graduação de Faixa-Vermelha 9º Dan. A Cerimônia de despedida do Sensei Mehdi será realizada nesta quinta-feira, 08, no Memorial do Carmo (Capela 2), a partir das 9h da manhã. A cremação será no mesmo local às 14h.
Sensei Mehdi chegou ao Brasil ainda jovem, teve breve contato com a família Gracie na década de 50 e em seguida viajou para estudar judô em sua fonte, no Japão, por 10 anos. Nomes lendários como Masahiko Kimura, Isao Okano e Anton Geesink dividiram o tatame com Mehdi em sua jornada no esporte. Foi atleta da seleção brasileira de judô pela qual conquistou medalhas de prata e bronze, respectivamente, nos Jogos Pan-Americanos de São Paulo 1963 e Winnipeg 1967 na classe Absoluta. Comandou as seleções do Rio e brasileira nos anos 60 e 70 e conquistou resultados expressivos. Nomes famosos do esporte como Rickson Gracie, Sylvio Behring e Flávio Canto tiveram a chance de aprender um pouco com o sensei.
Mehdi e Kimura – Foto: Arquivo Pessoal
“Dia de luto no judô e no meu coração. O Sensei Mehdi se foi. O mais técnico de todos que conheci, com quem tive o privilégio de aprender um pouco do tanto que ele carregava do Caminho Suave. Há tão pouco tempo… ‘Flavinho, quando achar que está rápido, está lento; quando achar que está forte, está fraco; e quando achar que sabe tudo ainda não sabe nada. Só assim você cresce’. Sensei, seu legado continuará vivo por muitas gerações. À família e a todos os privilegiados que dividiram o tatame com ele, todo meu carinho nesse momento tão difícil. Sensei, foi uma honra ter você no meu caminho”, publicou Flávio Canto, medalhista de bronze nos Jogos Atenas 2004.
“Sensei Mehdi, sem palavras para descrever a importância de sua liderança e exemplo para tantas pessoas, tantos alunos e para o judô Brasileiro! Que o senhor possa continuar nos guiando aí de cima como sempre fez aqui conosco! Que o senhor possa descansar em Paz”, escreveu Sebastian Pereira, bronze no Mundial Birmingham em 1999.
“Perdemos uma enciclopédia de judô, que contribuiu em muito como atleta, como professor e, principalmente, como divulgador da essência da filosofia judoísta”, disse Ney Wilson, ex-presidente da FJERJ e gestor de alto rendimento da CBJ.
“Sensei Mehdi foi sem dúvida o maior nome do judô nacional e um dos melhores professores da sua época. O judô nacional e mundial perdem uma grande referência e também o conhecimento de toda uma vida de paixão dedicada ao estudo do judô, na transmissão de seus valores e conhecimento. Quem teve a sorte de ter aula com ele sabe exatamente a dimensão do que expressamos”, lamentou Pedro Daudt, um de seus discípulos mais próximos.
O presidente Jucinei Costa, o vice-presidente Leonardo Lara e o superintendente Jeferson Vieira, em nome de todos os colaboradores da Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro, se solidarizam com a família e os amigos neste momento de dor.
Seminários Pioneiros do Judô – Foto: Arquivo Pessoal
Homenagem a Medhi…
Recordo-me de nossos Shiais que fazíamos no Ginásio Portuário, onde eramos 3° Dan e em sua Academia em Ipanema, onde foram realizados encontros de conhecimentos técnicos e curso de atualização de Judô, após o seu retorno do Japão, da casa do prof. Okano. Fomos muito amigos, e treinávamos muito na Academia do prof. Augusto Cordeiro, em Copacabana.
Medhi deixa-nos recordações dos tempos que não voltam mais…
Aqui deixo meus nobres sentimentos à familia e saudades eternas de seu amigo.
Mestre Antônio Vieira.