Medalhista olímpico Douglas Vieira realiza pesquisa para entender conhecimento acadêmico de treinadores de judô no Brasil

Douglas Vieira, que também é treinador da seleção brasileira Sub-21, utilizará dados de pesquisa feita em 2015 para comparar ao que encontrar agora, cinco anos mais tarde

 

Mesmo com o dia a dia competitivo interrompido em virtude da pandemia do novo coronavírus, o judô segue em formatos diferentes do calendário de disputas e treinamentos nos tatames. Por meio de pesquisas, por exemplo. Douglas Vieira, medalhista olímpico em Los Angeles 1984 e treinador da seleção brasileira Sub-21 masculina desde 2010, iniciou um estudo comparativo dos últimos cinco anos sobre os treinadores de judô no Brasil.

A base do projeto para a análise de 2015 foi um curso de capacitação realizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro no qual treinadores de judô passaram por 850 horas de aulas e tiveram de desenvolver pesquisas sobre temas específicos discutidos durante o período, sempre divididos em grupos. Douglas esteve no curso em um grupo que contava ainda com a também técnica da seleção brasileira Sub-21, Andreia Berti, e o treinador Alexander Guedes.

Este grupo realizou uma pesquisa abrangente que abordou como áreas de atuação como projetos sociais, de base, recursos técnicos, rendimento e alto rendimento. Cinco anos passados, a hora é de refazer a pesquisa a fim de comparar realidades dos treinadores naquela época e agora.

“Na verdade, estamos refazendo a mesma pesquisa, porém introduzimos algumas mudanças que oferecerão uma visão muito mais abrangente da realidade dos treinadores de judô do Brasil. A mudança mais significativa é que em 2015 ouvimos apenas os técnicos que atuavam em nível nacional e internacional, enquanto agora ouviremos também treinadores estaduais”, explicou Vieira em entrevista à Revista Budo.

“Naquela época existia um número expressivo de técnicos sem nenhuma formação acadêmica e muitos ainda cursavam a faculdade de educação física. Havia ainda treinadores formados em áreas como engenharia e arquitetura, fora do contexto de treinadores, mas com o CREF provisionado, o que lhes permitia atuar em nossa área”, explicou Vieira.

“Quando decidi refazer a pesquisa e reavaliar as condições de trabalho dos treinadores do Brasil, fiz contato com o professor doutor Maduro, a Andréa Berti e o Alexander Guedes e os convidei a participar dela, mas todos estão focados em outros objetivos no momento e declinaram do convite”, seguiu.

“O trabalho pretende fazer um raio-x dos treinadores de judô de todo o País. “Temos o resultado macro da pesquisa realizada em 2015 e vamos cruzá-lo com as informações que obteremos a partir da nova pesquisa. Os dados são sigilosos e a nossa intenção é medir a qualidade e as reais condições de trabalho dos treinadores de judô do todo o Brasil”, disse.

“A partir dessa pesquisa poderemos avaliar qual é o nível de formação dos nossos treinadores. Dados como salário, graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado e a estrutura física de que cada um dispõe – uma ou mais áreas de tatami, salas de musculação e fisioterapia, entre outros itens”, encerrou.

O objetivo final, para além da comparação, é entender qual a média do conhecimento acadêmico dos treinadores de judô no Brasil.

*Informações: Revista Budo
*Foto: COB

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