Exemplo! Aos 72 anos, judoca participa de outorga de faixas pretas
Fred Palmeira retornou ao judô em 2017, após 37 anos, e participou do evento no início de dezembro
Nunca é tarde para se fazer o que gosta, principalmente o judô. Aos 72 anos, Fred Palmeira, vice-decano de cooperação internacional, do Centro Técnico Científico da PUC Rio, participou da cerimônia de outorga de faixas, no início de dezembro, e contou sua trajetória no esporte.
Faixa marrom e treinando no Judô Clube Oswaldo Simões, o professor de matemática passou no exame para a faixa preta. Fred praticou o judô quando criança e no início da vida adulta. Porém, estava afastado do esporte há 37 anos, quando retornou, em 2017, incentivado pela neta.
“Comecei no judô aos 10 anos e pratiquei até os 14. Parei e voltei aos 20, na faixa branca, indo até a marrom. Não me interessei em fazer o curso da federação, para obter a faixa preta, já que não era competidor e tinha mulher e filhos pequenos. Parei aos 35 anos, mas me mantive fisicamente ativo. Em 2016, com a Olimpíada no Rio, minha neta de 8 anos soube que eu tinha lutado judô e quis aprender. Minha filha comprou os tatames, e montamos um pequeno dojô em casa, onde eu comecei a ensinar minha neta. Por conta disso, em 2017, resolvi voltar a treinar”, revelou.
Fred relembrou como foi o treinamento para participar do exame para a obtenção da faixa preta.
“Fomos quatro do JCOS a participar do processo, este ano. Todos ajudavam como podiam. Procurei me dedicar ao máximo ao processo. No começo, assistia frequentemente a um vídeo de nage-no-kata, para memorizar a sequência. Sensei Oswaldo me deu o livro do Jigoro Kano, que eu consultava com frequência. O gokyo não foi difícil, pois a Academia Cordeiro me preparou bem em cada passagem de faixa. Aprendi muito nos módulos, nas aulas práticas e nas palestras. Descobri o homem Jigoro Kano e seus princípios”, destacou.
Com a experiência de anos de prática da arte do caminho suave e de vida, Fred deixou uma dica para aprimorar o exame.
“Acho que todos os pre-shodan ficaram aliviados quando souberam que seriam avaliados pela banca que os ensinou. A troca de faixas teria sido melhor com marrons no sábado e pretas no domingo. Os faixas marrom foram chamados um por um e, com isso, não pudemos ver a premiação dos Melhores do Ano e a entrega das novas faixas para os faixas pretas. Poderíamos todos ter ficado em formação, igual ao final de todos os módulos, assistir à cerimônia, sentados e depois, de pé, irmos receber as faixas e voltar à forma, onde faríamos nosso cumprimento final”, finalizou.
A FJERJ, sempre aberta ao diálogo, já recebeu o comentário e irá continuar os esforços para oferecer sempre a melhor estrutura para os candidatos.
“Muito bom contar com esse tipo de colaboração. É muito valioso. Sem dúvida iremos seguir trabalhando para termos mais pessoas como Fred Palmeira de volta à prática do judô e, por consequência, fortalecendo o Time Judô Rio”, disse Jucinei Costa, presidente da FJERJ.
Além de Fred, outros nove atletas com 60 anos ou mais participaram do evento: Agnaldo Florentino Ferreira (60 anos, 5º Dan/JC25A), José Raimundo Palma Sousa (61 anos, 1º Dan/ABJKC), Jose Carlos Ramos Paz (63 anos, 1º Dan/JCOS), Teotônio Carlos Nascimento (64 anos, 1º Dan/ABJKC), Adelio Duarte da Silva (64 anos, 4º Dan/EJP), Ricardo Toshiaki Nakashima (67 anos, 3º Dan/JCRSK), Ariomiro Brasiliense de Almeida (67 anos, 3º Dan/AMOCEN), Carlos Alberto Rosa Leal (70 anos, 1º Dan/JCRSK) e Joel Lopes (73 anos, 4º Dan/ACJL).