Exame Final conclui Processo de Outorga de Faixas de 2023 com 175 candidatos
Evento ocorreu no fim de semana dos dias 4 e 5 de novembro e fechou com chave de ouro uma temporada de intercâmbio de conhecimento baseado em respeito e valorização das diferenças
* por Diano Massarani
No fim de semana dos dias 4 e 5 de novembro, a Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro (FJERJ) promoveu o Exame Final do Processo de Outorga de Faixas de 2023, concluindo uma temporada que contou com a realização de cinco Módulos Técnicos. O evento ocorreu na Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA) e recebeu 175 candidatos, sendo 110 faixas marrons e 65 faixas pretas. Professores integrantes da Comissão Estadual de Graus que participaram de todo o processo aproveitaram o momento para exaltar a contribuição dos Módulos Técnicos para os judocas envolvidos, a começar pela sensei Gabriela Conceição:
“O intercâmbio proporcionado pelos Módulos é fundamental, inclusive para os membros da banca. Através desta troca podemos corrigir, potencializar, aprimorar. Mas, além de tudo, influencia muito em novas amizades, une as pessoas no propósito de ser um melhor faixa preta. Acredito que um dos principais valores compartilhados seja a humildade, pois é o momento em que precisamos reconhecer que temos muito a aprender. Lembro, inclusive, o princípio de Jigoro Kano que diz: Quando verificares, com tristeza, que nada sabes, terás feito teu primeiro progresso no aprendizado”.
E o ambiente de aprendizado constante proporcionado pelos Módulos envolve não apenas os mais jovens, mas até mesmo os mais graduados faixas pretas. O sensei Gilmar Dias, integrante da Comissão de Graus encarregado de acompanhar os faixas pretas que buscam uma maior graduação, definiu os Módulos Técnicos como um processo duplo de aperfeiçoamento e padronização que vai muito além dos golpes:
“O sensei Marco Aurélio Gama, Coordenador da Comissão de Graus da Federação, e o sensei Jucinei Costa, Presidente da Federação, batem muito na tecla de que não podemos ficar presos apenas a informações internas, e por isso os Módulos são baseados na troca de experiências. Os Módulos funcionam, ao mesmo tempo, como uma escola de aperfeiçoamento do conhecimento adquirido, onde são feitos pequenos ajustes para que o faixa preta se torne uma joia cada vez mais polida, e uma escola de padronização, com o intuito de que os judocas falem uma mesma linguagem, embora cada um de forma diferenciada. Mais do que isso, porém, os Módulos têm o objetivo de conscientizar os nossos faixas pretas de que nós temos um papel junto à sociedade que vai muito além das questões técnicas. É um papel filosófico e educacional de transformar a sociedade com o conhecimento que nós adquirimos”.
Um dos caminhos de transformação social que marca os Módulos Técnicos é o da valorização das diferenças, e quem tem propriedade para comentar sobre este assunto é o sensei Ricardo Tadeu, integrante da Comissão de Graus que se dedica ao Judô Inclusivo durante o processo de Outorga de Faixas:
“Nos Módulos encontramos um grupo muito heterogêneo de judocas e convivemos com uma diversidade muito grande de escolas, regiões, idades, interesses, objetivos. Por isso, procuramos estar sempre alinhando os conhecimentos. Principalmente dentro do Judô Inclusivo, precisamos levar em conta as dificuldades de cada um e procurar, dentro de uma metodologia, atender a todos de uma forma igualitária. A melhor mensagem que podemos passar para os candidatos é a do respeito mútuo e da soliariedade, e tenho certeza que todos saem dos Módulos com a sensação de terem sido tratados com dignidade”.
A Cerimônia de Outorga de Faixas, que encerra calendário de 2023 do Judô Rio, será realizada no dia 10 de dezembro. Veja, abaixo, algumas imagens do Exame Final na Comissão de Desportos da Aeronáutica.