Bruna Neves é promovida a Árbitra Internacional FIJ A
Sensei foi aprovada nos exames que ocorreram em Dakar, Senegal, e se torna a sétima integrante deste nível no quadro de arbitragem da FJERJ
* por Diano Massarani
O final do mês de novembro ganhou um lugar na história do Judô Rio, tantos foram os momentos especiais que ele proporcionou. Sobre os tatames, o Time Judô Rio se consagrou campeão no Feminino e 3º lugar no Masculino no Campeonato Brasileiro Sênior. Fora das áreas de luta, o Rio de Janeiro sediou o Encontro Nacional de Kôdanshas, que ficará marcado pela promoção de grau do presidente da FJERJ, Jucinei Costa, e da campeã olímpica Rafaela Silva, respectivamente a 7º e 6º Dan. E completando o fim de mês inesquecível do Judô Rio, a sensei Bruna Neves foi promovida a Árbitra Internacional FIJ A, após aprovação nos exames realizados em Dakar (Senegal), por ocasião de uma etapa do Open Africano.
Além de Bruna Neves, Leonardo Arashiro (SP) também foi promovido a Internacional FIJ A, enquanto Lorenna Antonelli (MT) e Samuel Souza (DF) chegaram ao nível Continental FIJ B. Com a promoção, Bruna Neves se torna a sétima integrante do quadro de arbitragem da FJERJ com graduação Internacional FIJ A, ao lado de Augusto Eduardo Ramos, Chuno Wanderlei Mesquita, Gilmar Dias, Jeferson Vieira, José Pereira Silva e Marcelo José Colona. Em entrevista, a sensei falou sobre os detalhes do exame internacional, a sua preparação ao longo dos últimos anos, e a contribuição na sua trajetória oferecida pela estrutura do Judô do Rio de Janeiro.
Quais foram as etapas do exame internacional em Dakar pelas quais precisou ser aprovada para conseguir a promoção?
Atualmente, o exame de arbitragem começa antes mesmo de chegar no evento, com o envio de todos os documentos necessários para comprovação dos requisitos para a prova.
1º dia – Clínica de Arbitragem para alinhamento e padronização da forma de conduzir os combates.
2º dia – Prova Teórica, na língua inglesa, composta por 60 questões sobre a regra atual, para ser realizada em 60 minutos. Esta etapa é eliminatória, necessitando o candidato a FIJ A obter um coeficiente mínimo de 70% de acerto. Minha nota ficou em 86,66%.
Após a aprovação na prova teórica, fomos encaminhados para uma entrevista individual para verificar a proficiência na língua inglesa, com o Diretor Chefe da Arbitragem da FIJ – Sr. Jeon Ki-Young – onde me foram feitas perguntas aleatórias sobre minha vida no judô, expectativas com a arbitragem, conhecimentos sobre Katas e questões técnicas de interpretação da regra.
3º e 4º dias – Após a aprovação na prova teórica e entrevista, nos dias 21 e 22 fomos submetidos à avaliação prática de arbitragem, durante o Open Dakar e o Dakar Cup.
Em abril de 2022, você foi promovida a Árbitra Continental FIJ B. Quais você considera os pontos fundamentais de sua preparação ao longo dos últimos 2 anos para chegar a Árbitra Internacional FIJ A?
Desde a minha promoção a Continental (FIJ B), tive a oportunidade de ter sido convocada para todos os eventos nacionais organizados pela Confederação Brasileira de Judô, além de ter sido indicada também para eventos internacionais no nosso continente, o que contribuiu sobremaneira para a minha preparação. Dos eventos internacionais que fui convocada ao longo desse período, o evento mais forte que pude arbitrar foi o Campeonato Panamericano Sênior – principal evento do calendário do nosso continente – realizado este ano na cidade do Rio de Janeiro e que contou com os principais atletas que buscavam os últimos pontos para a classificação olímpica.
No Rio de Janeiro, pelo Circuito Estadual da FJERJ, você tem a oportunidade de atuar em competições com judocas de nível internacional e em arenas olímpicas. O quanto estar acostumada a atuar em eventos com uma atmosfera semelhante à de grandes eventos internacionais contribuiu para que hoje você se tornasse FIJ A?
As competições realizadas pela FJERJ são de altíssimo nível, não perdem em nada para os eventos internacionais do continente, não apenas pela estrutura das instalações e condução técnica do evento, mas principalmente pelo nível dos nossos atletas. E isso certamente contribui para forjar árbitros mais bem preparados.
Assim como os atletas acabam se deslumbrando com eventos internacionais, o mesmo pode ocorrer com o árbitro e isso acabar atrapalhando a sua concentração para conduzir os combates nesses eventos. Portanto, é de suma importância para um árbitro que deseja ascender nas categorias internacionais, participar das competições do continente. Felizmente, graças ao elevado nível técnico dos nossos atletas e das competições aqui no Rio de Janeiro, fico muito tranquila nas competições nacionais e internacionais que participo, e não foi diferente arbitrar em outro continente. Apesar da ansiedade por se tratar de um exame, de estar sendo avaliada, no tatame, eu sabia que era só me concentrar no combate, colocar em prática todos os ensinamentos que já tive e estar tranquila para continuar aprendendo.