Brasil e Japão assinam acordo para promover inclusão do judô nas escolas públicas brasileiras
Memorando foi assinado pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, e pelo embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada. Yuko Fujii e Matheus Theotônio representaram a CBJ na cerimônia
Desde 2017, a Confederação Brasileira de Judô e a Embaixada do Japão no Brasil vêm trabalhando em parceria no projeto de intercâmbio entre os dois países que visa estimular a inclusão do judô nas escolas e capacitar professores brasileiros. Na última segunda-feira, 10, o programa ganhou um apoio institucional ainda mais forte com assinatura de dois memorandos de cooperação esportiva entre os governos de Brasil e Japão.
O projeto de Intercâmbio Sport for Tomorrow, fruto da parceria, já levou quatro professores do Time Judô Rio ao Japão nos últimos três anos: o vice-presidente da FJERJ, Leonardo Lara, foi em 2017, Rodrigo Rocha foi convidado no ano seguinte e, em 2019, Silvana Nagai e Carlos Losso.
Matheus Theotônio e a técnica da seleção brasileira, Yuko Fujii, representaram o judô no evento e, em seus discursos, evidenciaram os valores morais e benefícios da modalidade na formação educacional de crianças e jovens.
Os documentos foram assinados pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, e pelo embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada, que destacou o caráter educacional do esporte criado pelo professor japonês, Jigoro Kano, em 1882.
“O judô é um esporte que traz, além do condicionamento físico e benefícios para a saúde, os valores internos, como disciplina e respeito”, afirmou.
Um dos memorandos prevê o estímulo maior ao intercâmbio de professores de judô brasileiros no Japão e também a inclusão da modalidade na grade curricular das escolas públicas nacionais.
Osmar Terra acredita que a inciativa pode formar melhores cidadãos e também futuros atletas. O ministro lembrou ainda da tradição vitoriosa da modalidade no Brasil, que já garantiu 22 medalhas olímpicas para o país.
“A paixão japonesa pelo futebol se mostra tão profunda quanto a nossa pelo judô. Não por acaso o nosso maior número de medalhas conquistadas em Olimpíadas é justamente no judô. Nós temos essa troca de potencialidades, e esse intercâmbio garante isso”, disse Terra.
O secretário especial do Esporte, Décio Brasil, também prestigiou o evento, assim como outras autoridades da Secretaria Especial do Esporte e parlamentares. O general Brasil ainda ressaltou que o judô é uma das modalidades mais presentes nos programas sociais do ministério.
“Atualmente temos quase 35 mil pessoas beneficiadas pelo judô nas ações da Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social. No Bolsa Atleta, são 306 contemplados que correspondem a um investimento de R$ 6 milhões do Ministério da Cidadania”.
Intercâmbio já levou 15 brasileiros ao Japão e trouxe medalhista olímpico japonês ao Brasil
O programa de intercâmbio Brasil-Japão, que faz parte do projeto Sport For Tomorrow, do Japan Sport Council, já levou 15 professores de judô do Brasil para dois meses de imersão no método de ensino japonês com aulas na Universidade de Tsukuba, uma das mais conceituadas do Japão.
Além disso, o programa trouxe para o Brasil o bicampeão mundial e medalhista olímpico, Hirotaka Okada. Ele é professor da Universidade de Tsukuba e ministrou workshop para professores no Brasil sobre a metodologia japonesa de ensino de judô nas escolas.
Nesta semana, Okada desembarcará novamente no país para outra rodada de workshops, contemplando os estados da Bahia, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, nos dias 14, 15, 16, 17 e 18 de fevereiro. Ele já esteve em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, anteriormente.
A CBJ é responsável pelo suporte logístico das ações e pela seleção dos professores para o intercâmbio em parceria com a embaixada do Japão no Brasil, federações estaduais e Instituto Kodokan do Brasil.
*PUBLICADO ORIGINALMENTE PELA CBJ
