“Baita competição”: Flávio Canto e Sebastian Pereira lembram história da Copa Rio e projetam futuro de sucesso

A 15ª Copa Rio será realizada nos dias 30 de agosto a 1ª de setembro, na Arena Carioca 1. Durante os anos dessa história, a competição já marcou muitas vidas e carreiras. Algumas delas estão em destaque aqui, com atletas de renome mundial

 

A Copa Rio Internacional conta com a 15ª edição marcada para o próximo fim de semana, nos dias 30 e 31/8 e 1/9, na Arena Carioca 1 – Parque Olímpico da Barra. O evento é grande por si só, com mais de 1.200 atletas inscritos e participação de 88 clubes espalhados por 22 estados do país. Mas a Copa Rio é mais que isso e precisa ser entendida dentro de um certo contexto. Para isso, falamos com alguns especialistas na competição.

Nos últimos anos, a Copa Rio voltou a ganhar contornos que saem das fronteiras apenas do Rio de Janeiro. No ano passado, por exemplo, o idealizador da competição e hoje gestor nacional da seleção brasileira sênior, Ney Wilson, explicou a importância da competição na transformação pela qual o judô nacional passou no começo do século.

Desta vez, buscamos ex-atletas que sabem muito bem o que significa a competição. Um deles é o medalhista olímpico, mundial e campeão pan-americano Flávio Canto. Atleta do Rio de Janeiro, lembrou o histórico na competição e como se deparava com os maiores judocas do Brasil – e alguns dos melhores do mundo em sua geração – nos tatames da Copa Rio.

“Lutei várias Copas Rio e foram súper importantes na minha formação. A primeira que lutei foi em 1993. Já na seleção brasileira, fiz uma final de Copa Rio com Flávio Honorato, o Honoratinho, que sempre foi um dos meus maiores adversários. Nessa edição, o Henrique Guimarães também lutou, o Fulvio Miyata também, a Edinanci [Silva] lutou”, lembrou.

“Então, é uma das competições mais tradicionais do judô brasileiro e fico muito feliz de que esteja voltando a acontecer. É uma forma de fomentar o judô não só no Rio de Janeiro, mas no Brasil todo também. É uma baita competição”, defendeu.

Sebastian Pereira também é filho do judô carioca e viveu uma carreira de muito sucesso. Foi medalhista em Campeonato Mundial, campeão mundial júnior e quinto colocado em Jogos Olímpicos. Após os anos de seleção brasileira, tornou-se dirigente no esporte e atualmente ocupa a gerência de esportes do Comitê Olímpico Brasileiro. E também conta com boas memórias do que viveu e da importância que a Copa Rio exerceu em sua geração.

“A Copa Rio, na minha época, era súper importante, porque reunia vários atletas de nome, que tinham passagem pelas seleções juvenil, júnior e sênior. Eu lembro, inclusive, que eu era das seleções juvenil e júnior, mas já participava das categorias acima com atletas de nível de seleção e internacionais. Pensando numa evolução competitiva e técnica, para mim, foi muito importante ter participado de um evento como a Copa Rio para poder me acostumar com grandes competições” afirmou.

“Quando eu falo grandes eventos, eu falo Pan-Americanos, Mundiais e Jogos Olímpicos, guardadas as devidas proporções. E isso, para a formação, amadurecimento dos atletas, é bastante importante para que se acostumem com o tipo de pressão neste tipo de evento e para que cheguem lá fora melhor preparados”, analisou.

“Além disso, era um evento que trazia os grandes ídolos do esporte do Brasil, e isso gerava uma atratividade, uma atenção, um apelo muito grande, principalmente para os mais jovens. Isso foi determinante, acredito eu, para o sucesso do judô do Rio naquela época”, completou.

Tiago Camilo não é do Rio de Janeiro. Campeão mundial, medalhista olímpico, campeão mundial júnior e tricampeão pan-americano, Camilo é um dos maiores de todos os tempos não apenas no Brasil, mas do esporte. Apesar de não ter sido criado nas trincheiras que a competição formou, sabe bem da importância.

“A Copa Rio sempre foi um evento muito tradicional, muito respeitado, sempre teve um número de atletas muito grande competindo e todo mundo queria participar. Espero que volte a ter o mesmo nível técnico que tinha antes e que continue dando oportunidades para todos os tipos de atletas e academias”, disse.

Por isso, a Copa Rio tem seu lugar na história e deve ser sempre respeitada. No próximo fim de semana, o recomeço conta, por exemplo, com o que há de melhor na nova geração. E vai viver mais um dos capítulos de sua longa trajetória.

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