Judocas refugiados conquistam torcedores cariocas!
Eles chegaram ao Instituto Reação para treinar sem o compromisso de participar de competições internacionais, em 2015, e Geraldo conta que o cenário mudou quando o COI elegeu os atletas para entrar para o time de refugiados. A preparação que outros atletas fizeram em quatro anos de ciclo olímpico, os congoleses receberam em quatro meses e foi preciso ir das regras ao condicionamento físico para deixá-los prontos para enfrentar os melhores do mundo.
Quando foi anunciada para entrar no tatame nas olimpíadas, Yolande foi muito aplaudida pelo público nas arquibancadas, que gritaram seu nome e a motivaram durante a luta, contra a israelense Linda Bolder, na categoria até 70 quilos. A judoca é protagonista de uma trajetória que começa no bombardeio de sua vila e na perda de toda a família, aos 10 anos, passa pelo abandono dos dirigentes de seu país quando chegou ao Brasil e inclui muitas dificuldades financeiras quando morava de favor em uma favela da zona norte da cidade e fazia bicos descarregando caminhões para sobreviver.
“A minha experiência com a Federação carioca foi muito boa, gostei muito de ter participado do Campeonato Carioca, a diferença é que mudou a minha categoria, foi um pouco duro, ganhei 1 de 3 lutas, mas estou treinamento muito mais forte, ja sinto que estou bem melhor com a categoria 77kg, minha consciência me diz para treinar mais forte e estou seguindo em busca de mais competições aqui no Rio de Janeiro”, sorri a atleta Yolande.
“Assim como o passado de guerra e dificuldades, o calor da torcida e o sorriso do sonho realizado fazem parte da história do também congolês Popole Misenga, que fez o público vibrar com a vitória sobre o indiano Avtar Singh, na categoria até 90 quilos. Popole nasceu na mesma vila que Yolande e a acompanhou em boa parte dos obstáculos até que os dois chegassem ao tatame olímpico.To muito feliz em estar aqui, conheci muitos amigos no Judô aqui no Brasil, quando eu não estou competindo e eles estão eu já fico muito feliz por eles. Fico muito feliz em estar participando das competições, é muito importante o apoio dos novos amigos, preciso ajudar minha família que agora é daqui do Brasil, tenho minha esposa e meus filhos, e estou recebendo muita ajuda. Estou muito feliz com a Federação do Rio que me deixou participar do Campeonato Carioca, sinto muito orgulho, muito obrigado por tudo! É muito bom ter um pessoal que torce por mim, a torcida brasileira é muito boa!” Popole Misenga